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O remake da obra homônima de Stefan Zweig, Schachnovelle (1960). Advogado Dr. Josef Bartok é sequestrado pelos nacional-socialistas para que possam se apossar da grande fortuna que administra. Quando Bartok permanece em silêncio, os nazistas o prendem e o deixam vegetar sem contato ou distração. Quando Bartok está à beira de ser mentalmente quebrado, se depara com um livro em que os movimentos das partidas de xadrez foram registrados em um ardil. Por falta de alternativas, ele internaliza esses jogos. Anos depois, quando ele conhece o atual campeão mundial de xadrez em um navio, a insanidade da prisão toma conta.

Opinião Pública sobre Até o Último Obstáculo

É um daqueles temas que nunca envelhece e surge com frequência: »O livro foi melhor que o filme.« Na maioria dos casos todos concordam, não importa de que obra se trate. E mesmo que seja óbvio nos meios cinematográficos, a adaptação literária é uma obra de arte por si só e deve ser considerada como tal. No entanto, a comparação direta sempre surge. Os conhecedores de clássicos em língua alemã tiveram a oportunidade de fazê-lo nos últimos meses com a adaptação de Fabian ou The Walk to the Dogs,
de Erich Kästner, de Dominik Graf, ou a versão para a tela de Confessions of the Conman Felix Krull, de Detlev Buck . Philipp Stoelzl (Eu nunca estive em Nova York , The Physician ) segue agora com sua adaptação da novela de xadrez , a última grande obra de Stefan Zweig. Após o suicídio de seu autor, foi publicado postumamente em 1942 e tem sido parte integrante do cânone literário desde então. Portanto, para Stölzl, esta é uma oportunidade maravilhosa de se deixar levar. Mas um atrás do outro.

O que é compreensível a princípio: Stölzl omite a história-quadro, incluindo o narrador em primeira pessoa. Sua versão da história começa com a figura girando e pescando Dr. B (aqui Josef Bartok, interpretado por Oliver Masucci), que está aos cuidados de sua esposa em um transatlântico com destino aos EUA. O homem está visivelmente traumatizado, tremendo e se movendo desorientado com o que está acontecendo em alto mar. Não faz muito tempo que esse cavalheiro, que era administrador de propriedades por profissão, ainda era uma socialite arrojada e perspicaz da classe alta vienense. Cercado por sua esposa, fortuna e amigos, nada poderia desviar o bon vivant de inclinações musicais. Nem mesmo os nacional-socialistas cada vez mais barulhentos do país vizinho. Mas durante a noite seu mundo sai de Goethe, Homero e champanhe juntos: os nazistas invadem o país e exigem a entrega das contas da nobreza e do clero. A princípio, Bartok tosse algo de maneira indiferente e aristocrática, sobretudo o desprezível chefe da Gestapo Böhm (Albrecht Schuch), mas já arranjou o tratamento certo para sua vítima: confinamento solitário no luxuoso hotel Metropol, em Viena.

Que Stölzl escolheu o personagem do Dr. Escolher B como foco é definitivamente a decisão certa para o filme. O público acompanha o declínio mental do protagonista, que vegeta sem contato, leitura ou distração. A maneira drástica com que isso é apresentado excede em muito a do livro de Zweig e torna imediatamente aparente o que significa esse método de tortura branca. Cercado pelo tédio e pelos gritos de outras pessoas que pensam da mesma forma, Bartok enlouquece cada vez mais. Oliver Masucci, visto pela última vez como Fassbinder em Enfant Terrible, de Oskar Roehler , faz uma atuação que deixa todos os cabelos em pé. O próprio jogo de xadrez só entra em jogo no meio do filme.

O homem perturbado é um corpo estranho entre a empresa de viagens burguesa, chama a atenção pelo consumo excessivo de álcool e não consegue mais reunir forças mentais mesmo quando está de volta à liberdade. Mas ele não é o único excêntrico a bordo: o campeão mundial de xadrez húngaro também está navegando pelo oceano, um gênio no tabuleiro de jogo, mas em todos os outros aspectos incapaz de interagir normalmente. Os bons senhores passam o tempo desafiando-o e perdendo seguidos – exceto Bartok, que interfere em um jogo e consegue empatar. Como ele enfatiza, ele nunca fez uma jogada com uma peça de xadrez. Durante sua prisão, ele conseguiu contrabandear para sua cela um livro com famosos duelos de xadrez. Como um possuído, o leigo mergulha no mundo das casas pretas e brancas, no reino do rei, da rainha e do peão, e assim pratica uma resistência secreta contra seus algozes. E no final contra o atual campeão mundial, um jogo que deveria compensar o tormento de Bartok.

Com toda a intensidade com que é encenado, uma grande falha no filme de Stölzl deve ser enfatizada. o dr B, que Zweig apresenta em seu livro, é um cavalheiro tranquilo, mas de mente aberta e amigável. O personagem desta novela de xadrez é psicologicamente destruído por completo, pode-se até dizer que ele é um esquizofrênico. Certamente deixa mais claro o que o martírio fez dele, mas isso é realmente necessário? No modelo, Stefan Zweig guarda o colapso nervoso até o fim, trazendo a natureza do trauma ainda mais em foco. Eles podem irromper de novo e de novo, despercebidos pelo mundo exterior, eles dominam sua vítima e recuperam a vantagem quando você pensa que os domesticou racionalmente. O personagem de Stölzl é apenas um naufrágio vivo, e não se pode analisar muito sobre ele. Novamente, parece que as nuances tendem a ser vistas como um obstáculo ao tentar fazer o público entender o funcionamento interno de um personagem. Em vez disso, deve ficar bem claro do primeiro ao último minuto que este homem está quebrado. Tão intensamente – e infelizmente exagerado no final – que é mostrado, os momentos realmente duradouros que você passa em sua cabeça repetidamente estão faltando.

Em si, a novela de xadrez de Stölzl é um filme coerente que parece confiar muito pouco em seu original. Portanto, não é uma falha, mas um exemplo óbvio de que a salva infelizmente costuma ser a opção mais segura.

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